terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Acordo prevê construção das casas populares em seis meses

As 323 casas populares que seriam construídas em Capivari e levariam até dois anos para ficarem prontas, agora serão construídas em um prazo de seis meses. A medida de atendimento emergencial foi anunciada, na sexta-feira (15), após reunião entre o Secretário Chefe da Casa Civil do Estado de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira Filho, que esteve na cidade no último dia (14), e o presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano(CDHU), Lair Krähenbühl. Além desta, outras duas medidas foram anunciadas: auxílio-moradia emergencial (AME), durante três meses, para as famílias desabrigadas e a abertura de linha de crédito para reforma de residências danificadas pela chuva.

"Vamos aumentar a velocidade da obra em Capivari por meio de contrato de emergência. As casas deverão ficar prontas em até seis meses", disse Krähenbühl. Com isso, a Ordem de Início de Serviço (OIS) para construção das casas em dois anos, que foi assinada no último dia 7, será, automaticamente, substituída pelo acordo de atendimento emergencial.

As casas serão construídas no núcleo Santa Teresa d'Ávila, próximo ao bairro Engenho Velho e o investimento da CDHU será de pouco mais de R$ 14,3 milhões. Todas serão compostas por dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro e área de serviço, além de aquecedores solares e revestimentos de piso e azulejo. Segundo a assessoria da prefeitura, a previsão é que as obras devem começar na próxima semana, entre os dias 25 a 30 e as casas serão destinadas, preferencialmente, às famílias da Vila Balan e Moreto, que tiveram, ou terão, suas residências demolidas.

"Sempre digo que o problema não é sermos pequenos, mas sim estarmos sós. As casas que iriam ficar prontas em até dois anos serão construídas num prazo estimado de seis meses por meio dessa nova parceria com o Governo do Estado. Por isso digo que esta união de forças [Estado e Município] trará grandes frutos para Capivari”, analisou o prefeito Luis Donisete Campaci (PMDB).

No mesmo dia, Campaci esteve na Secretaria de Estado da Habitação, em São Paulo, com o secretário Lair Krähenbühl, e em Valinhos, com o Ministro de Relações Institucionais do Governo Federal, Alexandre Rocha Santos Padilha, buscando recursos para reconstruir os estragos das enchentes.

As famílias de baixa renda que tiveram suas casas condenadas ou danificadas pelas enchentes e foram cadastradas pela prefeitura terão direito a uma ajuda de R$ 300,00 durante três meses, prevista no decreto estadual nº 55.334, que estabelece o auxílio-moradia emergencial (AME). Também será aberta pela CDHU, uma linha de crédito destinada à compra de materiais de construção para que as famílias atingidas possam reconstruir suas casas.


Moradores aprovam, mas desconfiam do acordo

Embora muitos moradores aprovem e até fiquem entusiasmados com a possibilidade de ter uma casa segura e construída em até seis meses, o sentimento de desconfiança é constante. “Eu acho que desta vez as casas serão construídas. Mas, só acredito vendo”, desabafou o abrigado, Paulo Melo, 43 anos.

A também abrigada Iara José Antonio, 36 anos, está na escola Rosa Lembo desde a enchente do dia 27 de dezembro e durante este período, passou por uma cirurgia no último dia 8 e conta: “Aqui somos bem tratados. Não falta nada. Estou até em uma sala separada para não correr o risco de pegar uma infecção. Mas não é como na casa da gente”. Iara teve a casa demolida na semana passada. “Cada tijolo que caia, parecia que estavam tirando um pedaço de mim. Doeu muito. O que conseguimos em 12 anos, perdemos em 12 minutos.”

Ela defende que o correto seria que todos os abrigados saíssem da escola direto para uma casa pronta e criticou o acordo. “Vão pagar auxílio-moradia durante três meses, mas e o resto do tempo até que as casas fiquem prontas, vou fazer o que, vou conseguir dinheiro como.”

A assessoria da prefeitura informou que existe a possibilidade do prazo do auxílio ser prorrogado, mas isto dependerá de fatores como a chuva e das situações que ainda estão sendo negociadas entre o prefeito e os governos estadual e federal.

Outras 60 casas serão construídas

Além das 323 casas do núcleo Santa Teresa d'Ávila, outras 60 serão construídas em local, ainda, incerto. A medida foi anunciada pela prefeitura, após reunião realizada em Brasília, na última quarta-feira (20), na qual o prefeito Luis Campaci viabilizou junto ao Ministério das Cidades a construção das 60 unidades.
De acordo com a prefeitura, estas casas serão destinadas às famílias de baixa renda - provavelmente famílias que tenham renda de 1 a 3 salários mínimos. O local onde serão construídas ainda será definido pelo prefeito, juntamente com o Secretário da Habitação, José Carlos Colnaghi.
“Esta é mais uma conquista para o município de Capivari. A previsão é que as moradias sejam construídas e entregues até dia 31 de março de 2011”, previu Campaci.

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